Dia de pesca na Vila Mágica

Regência Augusta.
A convite — e por insistência — de um amigo, Ramsés, aproveitei alguns dos feriados de 2025 em Regência, um distrito de Linhares, no Espírito Santo, cujas belezas naturais fazem do lugar um destino turístico por excelência. Mas Regência vai além dos cenários encantadores: é também um espaço rico em cultura. Com pouco menos de 1.200 habitantes, a comunidade é bastante engajada, preservando tradições e promovendo eventos praticamente o ano inteiro.

É nessa pequena vila que encontramos, em sua margem, a foz do Rio Doce.
Foz
def.:
local onde um rio lança suas águas em outro rio ou no mar

Por conta dessa proximidade com o mar, a pesca é parte do cotidiano local — e muitas famílias dependem exclusivamente dela para o sustento.
Caçador de tubarões
Quando descobri que o tio do Rámses era um dos pescadores mais emblemáticos da vila, não pensei duas vezes: precisava acompanhar de perto uma de suas rotinas. O que, para mim, era uma aventura, para ele era apenas mais um dia comum de trabalho.
Partiu!! 🐟

A pescaria seria com uma rede de espera — ou seja, ela já havia sido armada no dia anterior, e nossa missão era ir buscá-la pela manhã.
Acordamos cedo, tomamos um café reforçado e fomos até o porto pegar o barco. Seguimos em direção a uma ilha próxima, onde a rede havia sido posicionada.

Chegando lá, precisei nadar até o meio do mar para recolher a âncora que mantinha a rede no lugar.
Quase morri! 🪦
Usei toda a minha habilidade na natação para buscar essa âncora no fundo do mar. Mas ela era muito pesada e me puxava cada vez mais para baixo. Após algumas tentativas de ganhar impulso e respirar, percebi que não conseguiria trazê-la sozinho.
Foi aí que tive a ideia — que, na verdade, era o certo a se fazer — de usar uma boia para me dar mais estabilidade. Com esse apoio, consegui finalmente soltar a âncora.
Tudo certo.
Com a âncora solta, fomos puxando a rede e retirando os peixes. Existe toda uma técnica para isso, já que não dá pra segurar os peixes de qualquer jeito — muitos têm espinhos e, se você não tomar cuidado, pode acabar se cortando. Foi exatamente o que aconteceu comigo! Hahaha
No final, conseguimos pegar algumas dezenas de peixes, descartando os que estavam estragados.

Quando achei que estávamos voltando pra casa, o caçador de tubarões surgiu com um latão, gravetos e gasolina. Estava claro: iríamos fazer um forno improvisado ali mesmo, na areia da praia. E foi exatamente o que aconteceu.

Cairam na risada quando perguntei como limparíamos e temperaríamos o peixe.
Ele apenas disse: "Você vai ver!"
E vi mesmo.
Achou um limão, um pouco de sal e colocou o peixe direto na brasa. E sinceramente? Que delícia! Muito melhor do que eu poderia imaginar. Uma vibe surreal.

No fim, voltamos pra casa com um saco cheio de peixes, barriga cheia e o coração ainda mais cheio. Um dia inesquecível nessa vila mágica que, de alguma forma, cativa — e entrega momentos que valem ouro. Que privilégio!
Dia de pesca na Vila Mágica